A matemática é, para alguns, uma fonte de fascínio e realização. Para outros, é uma disciplina que traz medo, ansiedade e até desânimo. Mas por que a matemática, uma ciência tão lógica e objetiva, tem um impacto emocional tão intenso?
Para muitos estudantes, o encontro com a matemática começa cedo, e junto com ele vêm as pressões por resultados, notas altas e bom desempenho. Desde a infância, aprendemos que resolver problemas matemáticos corretamente é um sinal de competência, enquanto erros são vistos como fracassos. Essa cultura do acerto pode gerar uma ansiedade de desempenho, fazendo com que o aprendizado da matemática seja uma experiência mais estressante do que prazerosa. Quando essa pressão se acumula, alguns estudantes desenvolvem uma visão negativa sobre si mesmos e sobre sua própria capacidade intelectual.
Outro fator é a forma como a matemática é ensinada. Em vez de ser apresentada de maneira contextual e prática, ela é muitas vezes ensinada como um conjunto de regras abstratas a serem decoradas. Esse método pode tornar a disciplina ainda mais intimidadora e distante da realidade dos alunos. Para quem já tem dificuldade em compreender os conceitos, a frustração cresce, e o desinteresse aparece. Com o tempo, essa frustração repetida pode levar a um estado de desânimo, onde o estudante passa a acreditar que nunca conseguirá aprender.
E então, para aqueles que entram em carreiras que exigem conhecimento matemático, a pressão aumenta. Universitários de áreas como engenharia, física e matemática enfrentam cargas de estudo intensas, lidam com provas complexas e, muitas vezes, têm dificuldade em balancear a vida acadêmica com a pessoal. Isso pode criar um ambiente propício ao esgotamento emocional, gerando a chamada “depressão acadêmica”.
Mas há uma luz no fim do túnel. Métodos de ensino mais humanizados, que valorizem o erro como parte do aprendizado e ofereçam apoio emocional aos estudantes, podem ajudar a transformar o aprendizado da matemática em uma experiência positiva e empoderadora. Afinal, matemática não precisa ser um pesadelo. Com as abordagens certas, ela pode ser uma ferramenta que amplia nosso entendimento do mundo – sem que isso nos custe a nossa saúde mental.