Ao escrever sobre a minha história pessoal1, creio que seja capaz de até mesmo surpreender-me, pois relembrar do passado não é algo costumeiro. Mesmo sendo fácil acessar as minhas lembranças de infância. Nunca desfrutei de facilidades na aprendizagem e em nenhum momento fui aluno de nota cem. Estar na média, já bastava. Magnetizado com as propagandas vocacionais, oportunidade de morar e estudar fez com que ingressasse no seminário. Período de transformações, crises de identidade, conflitos com a fé. Filosofia me formei.
Lembro-me do sonho de estudar na Unioeste. Aqui estou! Ao recordar desta passagem, foi pelo fato de colegas que se achavam superiores, “os inteligentes”, que somente eles entrariam nesta instituição pública. Advirto ao leitor, que nenhum entrou neste estabelecimento de ensino, ou seja, não basta se achar, tem que fazer por merecer. Sempre tive vontade de ser, através de ações, uma pessoa bem sucedido em algo que fosse importante ou que me completasse. Porque uma pessoa é lembrada por suas ações. O desejo pessoal de construir está correlacionado à família por estar sempre trabalhando na área. Isso criou em mim facilidade em trabalhar na construção e, desta forma, estudar engenharia Civil era certo. Entretanto, para labutar na área teria que estudar. Percebi que existiria uma possibilidade de entrar em uma faculdade, porém requereria a mudança de cidade, de Foz para Cascavel, e isto eu não queria. Desta forma, surgiu lembranças que tinha da matemática. Rememorava as facilidades em lidar com a disciplina. Veio a ideia de fazer Matemática e, aplicar nas disciplinas de engenharia. Entretanto, ao começar o ano letivo, em 2016, pude sentir mudança de minha própria pessoa. Pois, lecionar Matemática, fazer mestrado e doutorado, se tornaram meu novo e precioso sonho. Isso ocorreu devido aos professores que permearam a minha vida. Destaco alguns que tive o contato no cursinho preparatório do Cidade Nova Informa (CNI); Recordo principalmente da maneira que dava aula, o carinho, o zelo, a dedicação, o estímulo e outros. Não posso esquecer do ano de 2012, no mesmo espaço, estudava para um concurso público e encontrei com o ex-reitor da Unila que após horas de conversas me instigou a lecionar.
O que guardo de negatividade, mesmo que seja há muito tempo, foi o início dos meus estudos com uma professora ruim e de péssimo preparo gerando assim a raiva, fazendo-me negar a opção de estudar, optando assim, por querer outras coisas. E para enfrentar esta lacuna foi o interesse pela Matemática que surgiu através de minhas dificuldades pessoais com a própria disciplina. Por fim, depois de relembrar tais passagens que permearam a minha vida fiquei muito feliz porque pude escrever um pouco da minha história. Mesmo que as vezes me sinta muita dificuldade e, às vezes, pareça perdido, creio que seja o meu caminho ser professor de matemática. Atualmente, pude participar de um projeto de extensão (PIBID) Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência, que fez a total diferença na minha vida.
O texto, Um pouco de Marcelo, foi feito como exercícios para Disciplina Didática Aplicada ao Ensino da Matemática solicitado pela professora. Dra. Renata Camacho Bezerra.